Desde que reassumiu a presidência dos Estados Unidos em janeiro de 2025, Donald Trump tem retomado sua agenda protecionista com força total. Entre as medidas mais polêmicas está a proposta de impor tarifas de até 10% sobre produtos importados, uma decisão que pode causar impactos diretos na agricultura brasileira.
Embora os EUA não sejam o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, a China lidera com folga , os americanos ainda representam um mercado estratégico para diversos produtos, como suco de laranja, carne bovina, café e etanol. Com as novas tarifas, esses produtos podem perder competitividade frente a concorrentes locais ou de países com acordos preferenciais com os EUA.
Além disso, especialistas alertam para os efeitos indiretos dessas tarifas. Com um ambiente internacional mais protecionista, o comércio global pode desacelerar, pressionando os preços internacionais de commodities. Isso afeta diretamente os produtores brasileiros, que dependem das exportações para manter sua renda e investir na produção.
Outro risco é a possível reação em cadeia: países parceiros podem adotar políticas semelhantes, o que dificultaria ainda mais o acesso do Brasil a mercados estratégicos, em um cenário de crescente disputa comercial global.
Para o agronegócio brasileiro, que representa mais de 20% do PIB do país e responde por grande parte das exportações, o momento é de atenção. O governo brasileiro deverá reforçar sua diplomacia comercial, negociar acordos bilaterais e buscar diversificar seus mercados para reduzir a dependência de grandes potências como os Estados Unidos.
As tarifas de Trump mostram que, em um mundo cada vez mais interligado, decisões políticas em Washington podem ecoar até o campo brasileiro.
